Passos de sandálias explorando metrópole. Em dia de vento. Contornando pessoas nesse tráfego insípido. Cabelo preso na nuca em rabo chicoteando o ar. Pateando o chão. Cavalo. Égua. Animal que olha para dentro de si no metrô. Nesse espaço recortado e humano. Com movimento dentro e fora de si. Com echarpe verde. Pó abaixo dos olhos e riscos coloridos sobre os cílios. Quase uma caricatura. Quase uma palhaça. De unhas também verdes. Uma criança olha. Mãe, a menina tem unhas verdes. Desde pequeninos já sabem. Até as cores têm seus respectivos lugares. Um rapaz olha. Quase sorri. Não sabe se é correto flertar com alguém que pinta as unhas de verde. Não sabe se deve dançar Carnaval em junho. Na indecisão dele, na engrenagem de razão ruidosa, a menina desce na estação X. Seus olhares quase se cruzam. Quase. Quase. Quase ela ri. E a vida para ela prossegue. Com movimento, com verde absinto escorrendo de si. Com trotar discreto de sandálias. E riscos coloridos nos olhos.
Carnaval de junho. De julho. De agosto...
(Risos) Quase uma palhaça...
3 comentários:
Cena de filme! A la Tim Burton!
Quase uma palhaçada! hahaha
Adoro esse balanço ambulante contra o vento de um sorriso! Ou um quase-sorriso! O flerte indeciso e misterioso... É assim que surgem as paixões não é? Do mistério!
Mistério de confetes, serpentinas.
Caminhada diurna à tarde.... gente, tm um bom tempo que eu não sei o que é o período da tarde! hahaha
Saudades!
=***
Certo Peixe, as paixões surgem mais do mistério do que das descobertas muitas vezes. Não sei se isso é bom ou ruim ainda...
Não sabe o que é o período da tarde? Espero que nas férias, você possa redescobri-la. Saudades, amore. Haverá reunião da quadrilha em breve.
beijos
Love ya =***
Relendo aqui, redescobri esse texto, suave, divertido, e profundo, claro!
Concordo com Peixe, cena de filme, um desses filmes que chama atenção para as coisas mais simples, dando a elas um valor diferente!
Postar um comentário