Preciso da vida simples dos campos,
das colinas, do corpo da natureza
suave em penugem limpa
com o cheiro verde
de mãos em raízes
da vegetação incerta
do suor da chuva
e das maçãs do rosto em punhados de terra
para andar até mim mesma
e contemplar o essencial nascer
o essencial se pôr
e cá morar
como vida também simples
necessitando de menos
e sendo menos
A vida dos campos
Longe do ar rarefeito, maciço
e do choque anestesiante das metrópoles
da explosão elétrica em neon,
De vozes sem nada dizer
por corações ligados a tomadas
O viver ramificado ao concreto
do vazio concreto
Quero plantar a alma
Como flor muito miúda
Em solo mais fértil
E em todas as direções vê-la se expandir
Como mar de vida daninha
Florescer
Acenar ao vento
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