Putrefato com suas meias brancas
e seu sorriso amarelo,
fazendo coisas repetidas
uma, duas, tantas vezes ao dia
num arco perfeito
de mãos e pés
quase imperceptíveis
Quando algo em você aleija
e se arrasta tão banal
socando paixão em jaula
de querer ser
e poder ser
forma mais bela,
costura os buracos da alma
e a fenda das entranhas
que te tingem assim
de incomensurável branco
feito cal
ou pó
branco do silêncio
solidão pungente
branco do papel
tão mudo nada
Gosto da força dos guetos
da depravação colorida
do caos carnaval
do direito de chorar, de só rir
e de morrer ao meio-dia
Gosto do arroto da vida
que regurgita
assim tão brutal
feito vulcão ressonando
estourando índices
tímpanos
antes de voltar a dormir
Criança dos deuses
Nenhum comentário:
Postar um comentário