segunda-feira, 15 de junho de 2009

Existir

É quando arranco sutilmente

as frases mais brutas

Quando escrevo em linhas horizontais,

os fatos de horizontes infinitos

E deixo minha sensibilidade em erupção violenta

Quase vulcânica

Com a alma em espasmos e soluços desvairados

Dedilhando em fonte Courier, tamanho 12

E sentindo nas vísceras

O regurgitar de tudo que já vivi

De tudo que ouvi. E vi.

Meu amor, minha dor

Minha doçura tão sangüínea

Meu erotismo quase parasitário

E todas as paixões fermentadas

Para escrever “Era uma vez... o que ainda é...”

Sinto-me extenuar de tanta vida

Sinto-me como nunca viva

É quando falo de poesias

Quando escrevo sobre um sentir tão deliberado

Quase indecente

Plenamente subversivo

Suavemente totalitário

Que carrego todo o infinito em minhas entranhas

E isso é mais viver do que viver

Ver sem saber

É o ser e não ser

Sem a questão

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