quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Em canto


Tamanha é a loucura

A voz

Que se espalha feito vento

Tropeçando nos muros

Enquanto as matilhas latem


E os gatos afiam suas unhas


Riscando lixas


Nesse grito interrupto


Que é o que aqui dentro


Brota


Da macerada espinha,


Da bílis, do encanto,


E do prazer,


do Eu



Acorda o mundo,


Algo acabou de nascer


sem carne, sem osso


Algo, como devo dizer...


Nem sei o quê


Algo que julgara morto


Inexistente


Apodrecido


Está vivo


Ofegante


Em fiapos de placenta


Respira, pequenino


É nosso mundo


Somos nós

Arrebentando em dia

Raiando


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