quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Em quanto


Putrefato com suas meias brancas



e seu sorriso amarelo,



fazendo coisas repetidas



uma, duas, tantas vezes ao dia



num arco perfeito



de mãos e pés



quase imperceptíveis



Quando algo em você aleija



e se arrasta tão banal



socando paixão em jaula



de querer ser



e poder ser



forma mais bela,



costura os buracos da alma



e a fenda das entranhas



que te tingem assim



de incomensurável branco



feito cal



ou pó



branco do silêncio



solidão pungente



branco do papel



tão mudo nada



Gosto da força dos guetos



da depravação colorida



do caos carnaval



do direito de chorar, de só rir



e de morrer ao meio-dia



Gosto do arroto da vida



que regurgita



assim tão brutal



feito vulcão ressonando



estourando índices



tímpanos



antes de voltar a dormir



Criança dos deuses



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