domingo, 18 de janeiro de 2009

Anaïs Nin


"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor é como trazer um homem para dentro dela, um nascer e renascer, ato de carregar uma criança e um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."


25 de Maio de 1932 de "O Diário Anaïs Nin", Volume 1/ 1931-1934

Um comentário:

Priscila disse...

Toda vez que encontramos um lugar que nos aceita, voltamos ao útero. Estar no útero não significa necessariamente se esconder, pode ser o contrário!
O universo está cheio de úteros, e todos temos um...